Hoje (20/01) é dia da Festa das Fogaceiras em Santa Meria da Feira, por isso vou partilhar com vocês um pouco da história desta secular tradição, bem como a receita de tão famoso repasto.
A origem da Festa das Fogaceiras
A “Festa das Fogaceiras” apareceu-nos datada de 1505, altura em que o País foi fustigado por uma “epidemia brava e cruel”, a peste. Então os Condes do Castelo e da Feira, ramo nobre criado em 14 de Janeiro de 1452, apelaram ao Mártir S. Sebastião para que acabasse com o morticínio dos Feirenses, prometendo-lhes a realização de uma festa anual, onde o “voto” seria a “fogaça”!
Até 1700 - data em que o Condado do Castelo e da Feira se extinguiu por falta de descendência, passando os seus domínios para a “Casa do Infantado” - a “Festa das Fogaceiras” foi promovida pelos senhores das Terras de Santa Maria da Feira, habitantes do paço intra-muros do Castelo.
Daí, e durante quatro anos, a festa foi suspensa, reatando-se a tradição de seguida, e até 1749, por iniciativa das famílias mais abastadas do Concelho. Verificou-se entretanto novo surto de peste e em 1753, por Alvará de 30 de Julho, o Infante D. Pedro, irmão de D. João V, determinou à Câmara Municipal que assumisse definitivamente a realização da “Festa das Fogaceiras”, para o que dispenderia 30.000 réis!(...)
RECEITA:
Ingredientes:
Farinha de trigo, ovos frescos, açúcar, manteiga, fermento de padeiro, água, canela, sal grosso, raspas e sumo de limão
Modo de fabrico:
Dissolve-se o fermento na água tépida e junta-se farinha de trigo até se obter uma massa mole. Se o ambiente for ameno, deixa-se levedar 15 minutos.
Depois, adiciona-se o açúcar previamente peneirado com a canela, o sal, os ovos, a raspas e o sumo de limão, a manteiga e a farinha necessária para se obter uma massa um pouco mais consistente do que a do pão. Deixa-se fermentar 30 minutos ou o necessário para a massadobrar de volume.
A seguir, tomam-se bocados de massa de 125g, 500g, 700g, 1 kg ou 1,5 kg de acordo com o tipo de fogaça que se pretende fabricar e molda-se num rolo comprido semelhante a uma serpente, isto é, mais espesso num dos lados. Espalma-se este rolo com a mão, ficando uma tira que se começa a enrolar pelo lado mais largo, resultando numa pirâmide. À medida que se vão enrolando, vão-se colocando as pirâmides no tendal (tabuleiro forrado com um pano polvilhado com farinha) onde voltam a crescer (entre 30 minutos e 1 hora). Colocam-se as fogaças em fila na pá do forno (a pá é de madeira e o forno aquecido). Pincelam-se com ovo batido e, com uma tesoura, dão-se 4 golpes no topo da pirâmide de que resultarão as “ torres do castelo “ .
Introduzem-se as fogaças no forno quente e, 15 minutos depois, puxam-se para fora com a ajuda da pá e, à mão, separam-se as “ torres do castelo “, permitindo assim que o calor penetre no interior das fogaças, cozendo-as uniformemente. Voltam ao forno para acabar de cozer.
Nota: Não é possível dizer com rigor a quantidade de farinha necessária. A massa deverá ser, como se disse, mais consistente que a do pão, havendo também que ter em atenção o tamanho da fogaça que se pretende fabricar.
Estas informações estão no site www.confraria-fogaca.pt o qual convido a visitarem para saberem mais sobre as Fogaças da Feira.
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